quarta-feira, 27 de abril de 2011

Universidade de Coimbra, em dificuldades, ainda consegue cumprir compromissos


A Universidade de Coimbra (UC) está a conseguir cumprir os seus compromissos apesar dos cortes orçamentais impostos, mas o investimento vai ficar muito aquém do programado, revelou a vice-reitora Margarida Mano.


Em declarações à agência Lusa, a responsável pelas áreas do planeamento e orçamento sublinhou que neste momento não estão em causa os compromissos salariais assumidos.

“O orçamento acautela os compromissos que estão assumidos em termos de pagamentos de vencimentos, com a informação que temos hoje”, referiu.

No entanto, os limites impostos à despesas e ao investimento -- acrescentou -- estão a colocar dificuldades de gestão, forçando ao adiamento de muitos projectos de infraestruturas.

Seabra Santos, que abandonou o cargo de reitor da UC no final de Fevereiro último, revelara à agência lusa que estavam em risco 89 milhões de euros com financiamentos comunitários aprovados, por dificuldade em garantir a comparticipação nacional.

“O que o anterior reitor disse, e que se veio a confirmar, o orçamento que este ano foi atribuído à Universidade de Coimbra em termos de investimento é extremamente reduzido” e “vai obrigar a escolher selectivamente os que podem avançar e os que vão ficar adiados”, referiu a vice-reitora.

Margarida Mano adiantou à Lusa que neste momento a equipa reitoral está a selecionar aqueles que deverão avançar em face das restrições impostas pela lei de execução orçamental, imposta em face das dificuldades do país.

Estas limitações ao investimento, admite, terão também implicações na investigação, que já de si se confronta com as restrições que também sofreram os programas de financiamento a esse tipo de projectos universitários.

“Neste momento ainda não temos informação que nos permita ter uma ideia de qual vai ser o impacto, se esse impacto vai ocorrer e como se vai fazer sentir. Mas é claro que, num contexto de redução orçamental, é previsível que haja um impacto”, frisou, ao reportar-se à investigação.

No domínio das despesas, essencialmente na aquisição de bens e serviços, a vice-reitora diz que é no decurso da execução orçamental que as dificuldades se tornam mais evidentes.

“O ajustamento vai tendo os seus momentos de maiores dificuldades em função da própria execução e da própria actividade da universidade”, acentuou.

A Universidade de Coimbra dispõe para o ano em curso de um orçamento de 153 milhões de euros. Do Orçamento de Estado recebeu 87 milhões de euros, menos 10 milhões do que no ano transacto.

Margarida Mano lembra que numa situação de maior recessão a dificuldade de captar receitas próprias pela UC é maior também.

“Outros cortes que venham, obviamente que aí estamos em situação que neste momento não consigo pronunciar-me, porque não conheço”, observa, ao reportar-se ao futuro.

Fonte: Público Online

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