quarta-feira, 6 de abril de 2011

AACção apresentou-se na Cabra

O colectivo AACção apresentou-se a toda a comunidade estudantil, através de um artigo de opinião publicado no Jornal Universitário de Coimbra - A Cabra - na edição de 5 de Abril. O jornal pode ser consultado em versão PDF através deste LINK.

O artigo publicado na página 23 do referido orgão de comunicação social, pode ser consultado integralmente abaixo.

AACÇÃO!


O boicote às aulas de 24 de Março, aliado às manifestações nacionais de estudantes de 17 de Novembro de 2009 e 2010, mostram que algo está a mudar no movimento estudantil português. Se a estas datas acrescentarmos o dia 12 de Março, percebemos que o espírito reivindicativo da sociedade civil se mantém vivo.


Não ignoramos, porém, que durante o período que precedeu este renascimento do movimento estudantil foram desferidos ataques profundos à Universidade pública, democrática, gratuita e de qualidade.


Num país com 2 milhões de pobres e com um salário médio que não chega aos 800€, a propina está actualmente fixada perto dos 1000€. Não desistimos da luta contra a existência de propinas na Universidade Pública e é nossa intenção recuperar esse debate nas nossas faculdades.


O Decreto-Lei 70/2010 pode até deixar de se aplicar aos estudantes, mas não desistiremos da sua total revogação. Por outro lado, sabemos que mesmo a saída das bolsas de estudo do seu âmbito de aplicação, não resolverá nenhum problema de fundo, enquanto não se verifique um aumento significativo do financiamento estatal para o Ensino Superior.


Um número importante dos redactores deste convite público vive em Residências Universitárias ou Repúblicas. Quanto às primeiras, estaremos do lado daqueles que exigem a desburocratização dos Serviços de Acção Social e a reabilitação das Residências degradadas. Por outro lado, não ignoraremos o papel que as Repúblicas têm tido como dinamizadoras de diversidade na vida académica.


A implementação do Processo de Bolonha, Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior (RJIES) e o Regime de Prescrições inserem-se numa lógica de elitização do Ensino Superior.
O RJIES merece hoje uma atenção redobrada. Com a eleição do novo Reitor da Universidade de Coimbra, um claro simpatizante do regime fundacional, este tema merece mais do que nunca reflexão e discussão. É nossa intenção agendar uma série de debates com vários oponentes a estas contra-reformas do ensino superior e assim, contribuir para o germinar de uma alternativa teórica e cientificamente consistente.


Neste sentido, a necessidade de dinamização de um espaço de sensibilidades diversas, que conflua numa vontade comum de rompimento com o situacionismo e a passividade impõe-se hoje, mais do que nunca. Propomo-nos, por isso, a criar uma plataforma alargada de estudantes que se paute pela capacidade constante de se reinventar criticamente .
Seremos combativos, que ninguém duvide disso, mas esforçar-nos-emos por ser criativos na expressão dessa combatividade.
Estaremos a dialogar com os nossos colegas nas faculdades, nas cantinas, nas residências, nas repúblicas, e prometemos ser inovadores na forma como a eles nos dirigiremos.
É especialmente para os abstencionistas crónicos, os que sentem a dureza dos cortes na acção social, os que ficaram praticamente sem vida devido ao ritmo académico de Bolonha, que nos dirigimos. Não esquecemos os restantes, obviamente. É também para eles que este convite é endereçado.
E é por isso, que seremos incansáveis na construção desta alternativa, para que todos que se têm sentido inconfortáveis e sub-representados, encontrem vontade de actuar e de ter voz presente. Marca já na tua agenda: dia 11 de Abril, às 21h no centro Cultural D.Dinis, aparece na nossa reunião.

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