Estudantes universitários levaram comida de casa para a cantina em protesto pelo aumento do preço das refeições
Um grupo de estudantes da Universidade de Coimbra promoveu hoje um protesto contra o aumento do preço das refeições nas cantinas, levando de casa marmitas com almoço.
O protesto simbólico, promovido por um grupo denominado AACção - Colectivo Estudantil decorreu nas cantinas amarelas da Universidade de Coimbra e visou contestar o aumento de 25 cêntimos no preço da refeição - que custa agora 2,40 euros - em vigor desde o início do actual ano lectivo.
"Esta acção não é só sobre o aumento do prato social mas também denunciar e trazer para o debate junto dos estudantes que a acção social indirecta é essencial em tempos de crise", disse à agência Lusa Fabian Figueiredo, um dos elementos do grupo.
A acção social indirecta - consubstanciada nas refeições das cantinas universitárias, só acessíveis a estudantes e cujo preço é calculado através da indexação a 0,5% do salário mínimo nacional - "deve ser reforçada e os aumentos congelados, em tempos de crise", defendeu.
"Aumentar o preço é uma medida insensível em tempos de crise. Se antes um estudante gastava 86 euros por mês a almoçar e jantar nas cantinas, hoje gasta perto de 100 euros. Ao final do ano isto conta muito para o rendimento das famílias", argumentou.
O movimento AACção - Colectivo Estudantil promete promover mais iniciativas "para denunciar o preço" das refeições nas cantinas universitárias e exige a alteração da legislação, datada de 2002.
"O preço não aumenta só em Coimbra, aumenta no Porto, em Lisboa, no Minho, em todo o lado", sublinhou.
Hoje, num dos dias mais movimentados das cantinas amarelas, 11 elementos do movimento exibiram cartazes onde se lia que o prato a 2,40 euros "é tudo menos social" ou "não podemos comer e calar", entre outras frases.
Entraram nas instalações ao som de uma viola, distribuíram folhetos reivindicativos e, se receberam palmas de alguns colegas, foram ignorados por outros.
Recusaram a ementa proposta (sopa de tomate, rancho ou filetes de pescada), optando, ao invés, pelas marmitas que levaram de casa. "Há arroz, há massa com natas e carne de peru ou bife, ovos e batatas fritas. Cada um trouxe o que tinha em casa", indicou Fabian Figueiredo.
Lusa
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