segunda-feira, 17 de setembro de 2012
DG-AAC faltou à chamada
No passado Sábado, Portugal assistiu à maior onda de contestação desde Maio de 1974. Coimbra não foi excepção, a cidade dos estudantes teve cerca de 20 mil pessoas nas ruas, números muito semelhantes aqueles que fizeram história, na manifestação do 1º de Maio logo a seguir à revolução. Os portugueses transmitiram uma mensagem clara, a de que as políticas de austeridade do governo PSD/CDS e da Troika não são mais aceitáveis. A contestação foi transversal, desde os desempregados aos funcionários, dos públicos aos privados, os pensionistas, os mais velhos, os mais novos, os estudantes, entre outros.
Foram várias as organizações sindicais e associativas que apelaram à participação nesta manifestação, mesmo aquelas que se tinham mostrado mais isoladas noutras ocasiões. Houve mesmo associações académicas que participaram no protesto, como a AE-ISCTE. O colectivo estudantil - AACção não pode aceitar a postura da Direcção-Geral da Associação Académica de Coimbra, que passou totalmente ao lado do "chumbo" que a sociedade civil deu às medidas de austeridade no passado dia 15. Como maior associação estudantil do país, a AAC tinha a obrigação de assumir o protagonismo na luta contra a austeridade que tem destruído o Ensino Superior público e gratuito, tal e qual como é defendido nos estatutos da instituição. Não é compreensível que a actual DG se limite a acções simbólicas pontuais, no que toca à sua política estudantil, e não adeque a sua actuação aos reais problemas sentidos pelos estudantes e aos movimentos sociais, como o que culminou com as manifestações deste fim-de-semana.
A AAC não mobilizou para a manifestação "Que se lixe a troika! Queremos as nossas vidas", não esteve presente e não se pronunciou sequer sobre o assunto. A pergunta que fazemos é, porquê? Como é que a sociedade civil entende o facto de a AAC criticar a austeridade e os cortes no ensino superior durante meses, e na hora da verdade passar ao lado de todo o processo contestatário? Manifestando uma total falta de solidariedade para com os diversos sectores da sociedade que se exprimiram contra as políticas da Troika, como poderá agora a DG-AAC aglutinar forças junto desses mesmo sectores e recolher apoios paras as causas e problemas específicos dos estudantes?
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