quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Apelo à participação estudantil na Manifestação de 2 de Março – “Que se lixe a troika, o povo é quem mais ordena!”

 
No próximo dia 2 de Março os/as portugueses/as sairão à rua para dizer que “o povo é quem mais ordena!”. Todos/as juntos/as: trabalhadores/as, desempregados/as, precários/as, pensionistas, estudantes. Unidos/as para recusar a política de austeridade que destrói o país, que cria mais desemprego e mais dívida.

Cidade universitária e de estudantes, Coimbra será também palco deste protesto, seis meses depois do histórico 15 de Setembro de 2012 - a maior manifestação nesta cidade desde 1974. Foi precisamente pedindo a palavra e exigindo um futuro que a classe estudantil fez história em 1969, assumindo um papel preponderante, num processo reivindicativo que culminou no 25 de Abril, cinco anos mais tarde.

Vivemos tempos de emergência social, dificuldades que afectam as nossas famílias e as nossas escolas. Hoje, exigimos mais democracia e igualdade, uma sociedade mais justa com a escola pública universal e gratuita como pilar fundamental. Hoje, recusamos as política da austeridade e da Troika.

Há fome nas escolas, o agudizar das desigualdades sociais reflecte-se no rendimento escolar dos/as estudantes mais carenciados/as, a criação de mega-agrupamentos e as alterações aos planos curriculares que, entre outras medidas, criam disciplinas fortes e disciplinas fracas vêm pôr em causa a qualidade do ensino público e democrático.

No presente ano letivo o valor das propinas no Ensino Superior aumentou de 1019,72€ para 1037,20€ tornado o seu pagamento incomportável para muitos/as estudantes . A acção social está longe de cumprir o seu papel: o novo regime de atribuição de bolsas de estudo deixou mais uns milhares de alunos/as sem apoio financeiro. As contas são fáceis de fazer: tudo somado traduz-se no crescente abandono do Ensino Superior e um maior endividamento daqueles/as que se recusam a desistir do seu futuro - cerca de 12 mil estudantes devem já 200 milhões de euros à banca.

Também o funcionamento das instituições de Ensino Superior é posto em causa, com cortes austeros que atingem a qualidade de ensino. Se estudar é um luxo, trabalhar é uma miragem, pelo menos em Portugal. A emigração é a resposta do Governo ao desemprego jovem que atingiu um novo recorde de 39%.

O ensino de qualidade e para todos/as é parte integrante de um processo de democratização e modernização do país, é uma garantia constitucional que vem sendo desrespeitada desde há muito. As políticas de austeridade e da Troika vieram “legitimar” e agravar a destruição da Escola Pública. É tempo de dizermos basta, é tempo de sairmos à rua e demonstrarmos o nosso descontentamento.

Por isso, os/as estudantes de Coimbra subscritores/as deste manifesto apelam à participação estudantil no protesto “Que se lixe a Troika, o povo é quem mais ordena”, marcado para o próximo Sábado 2 de Março, pelas 15 horas na Praça da República. Por uma escola pública universal e gratuita, por uma sociedade mais justa, pelo emprego e contra a emigração, em solidariedade para com os nossos professores e funcionários/as, ao lado de todos os trabalhadores, desempregados/as, precários/as e pensionistas.

Se te revês ou concordas com o teor deste manifesto subscreve-o e divulga-o.

Subscritores:
Alexandra Correia (FEUC);
Américo Alves (FCTUC);
Ana Natacha (FLUC);
Ana Rita Brito (FEUC);
Andreia Alves (FLUC);
André Santos (ISCAC);
Bárbara Góis (FLUC);
Diana Costa (ESEC);
Débora Ferreira (FDUC);
Diogo Barbosa (FLUC);
Estefânia Rodrigues (FLUC);
Hugo Ferreira (FDUC);
Igor Constantino (FLUC);
Inês Avelãs Nunes (ES Dona Maria);
Inês Paiva (FDUC);
Iris Santos (FCTUC);
João Cosme (FDUC);
João Silva (FDUC);
João Ribeiro (FDUC);
Leonardo Torres (FDUC);
Leonor Batista (FPCEUC);
Maria Dias (FCTUC);
Mariana Rodrigues (ES Dona Maria);
Pedro Cosme (ES José Falcão);
Pedro Heitor (FDUC);
Pedro Varandas (FLUC);
Ricardo Brandão (EUAC);
Ricardo Martins (FLUC);
Rute Simão (FLUC);
Sónia Pinho (FDUC);
Tiago Santo (FLUC).

Para subscreveres o manifesto contacta-nos por e-mail (aaccao.colectivo@gmail.com), no Facebook (www.facebook.com/aaccao.colectivo) ou através dos outros movimentos que promovem este documento.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Que se lixe a troika, o povo é quem mais ordena!


Magna aprova contas da DG-AAC


Num processo diferente do que vinha sendo habitual em anos anteriores, os estudantes da Universidade de Coimbra votaram apenas ontem o Relatório Anual e de Contas. O documento acabou por ser aprovado, embora com muitas críticas no que toca às despesas, nomeadamente a zona VIP da Festa das Latas e um busto de homenagem ao Dr. Luzio Vaz no valor de 9 mil euros. Pelo segundo ano consecutivo as contas da Académica revelam um prejuízo, este ano superior a 160 mil euros.

Para os próximos dias está prevista a marcação de nova Assembleia Magna, esta já com discussão da situação política.

Consulta a "Assembleia Magna minuto a minuto", pela Cabra.


sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Contestação sobe de tom em Novembro


A Assembleia Magna de 30 de Outubro voltou a incidir na discussão da situação política e no agendamento de acções de luta.

Ficou assim decidida a adesão para dia 14, aos protestos ibéricos contra a austeridade (no mesmo dia da Greve Geral), com o encerramento da Porta Férrea e a utilização de faixas pretas em diversos locais da Alta Universitária. No dia 22, irá realizar-se uma acção de protesto de “forte mobilização”, em moldes que ainda vão ser definidos pela AAC e pelos núcleos de estudantes.

domingo, 21 de outubro de 2012

Candidaturas a bolsa prosseguem em prazo extraordinário


Apesar do prazo ordinário para candidatura a bolsa de estudo para o ano letivo 2012/2013 ter terminado a 30 de Setembro, este ano podes apresentar a tua candidatura a todo o tempo! Caso tenhas direito à bolsa receberás a partir da data da candidatura.
Sabe mais em: http://www.uc.pt/sasuc

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Outubro reivindicativo em Coimbra


A Assembleia Magna realizada na passada quarta-feira gerou consensos entre a Direcção-Geral da Associação Académica de Coimbra e os movimentos estudantis, acerca da importância de iniciar um processo reivindicativo consequente no imediato, depois de um início de ano marcado pelas críticas à passívidade da mesma direcção.

Assim, a DG-AAC apresentou uma moção que visa a politização da Festa das Latas e da Imposição das Insígnias, um espaço outrora marcado pela crítica e sátira político-social, numa perspectiva de mobilização e sensibilização para protestos futuros. O evento que decorre entre 11 e 17 de Outubro inclui um cortejo entre a Praça D. Dinis e a Portagem, onde confluem dezenas de milhares de pessoas todos os anos.

Durante a Latada, a AAC irá participar na manifestação "Que se lixe a Troika - Manifestação cultural" em Coimbra a 13 de Outubro, um protesto em tudo semelhante ao de 15 de Setembro, mas que irá ser também dinamizado por agentes culturais, entre os quais as Secções da Académica.

Alguns colectivos estudantis defenderam a necessidade de marcar já um outro protesto para depois da Festa das Latas, mas a DG-AAC invocou dificuldades logísticas para recusar a ideia, que passava por uma concentração das Escadas Monumentais a 24 de Outubro. A discussão durou horas e as explicações dos dirigentes não convenceram de todo.

Esses e outros temas, ficaram para decidir em nova Assembleia Magna, a realizar no final do mês.

A austeridade foi o tema central da AM de 3 de Outubro, reflectindo-se em assuntos como a insuficiência na atribuição de bolsas, falta de oferta das cantinas sociais, taxas moderadoras nos serviços médicos, entre outros temas. A maioria das intervenções da assembleia que durou cerca de 7 horas convergiram na necessidade de encarar o Ensino Superior como um investimento e não como uma despesa.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

DG-AAC faltou à chamada


 No passado Sábado, Portugal assistiu à maior onda de contestação desde Maio de 1974. Coimbra não foi excepção, a cidade dos estudantes teve cerca de 20 mil pessoas nas ruas, números muito semelhantes aqueles que fizeram história, na manifestação do 1º de Maio logo a seguir à revolução. Os portugueses transmitiram uma mensagem clara, a de que as políticas de austeridade do governo PSD/CDS e da Troika não são mais aceitáveis. A contestação foi transversal, desde os desempregados aos funcionários, dos públicos aos privados, os pensionistas, os mais velhos, os mais novos, os estudantes, entre outros.

Foram várias as organizações sindicais e associativas que apelaram à participação nesta manifestação, mesmo aquelas que se tinham mostrado mais isoladas noutras ocasiões. Houve mesmo associações académicas que participaram no protesto, como a AE-ISCTE. O colectivo estudantil - AACção não pode aceitar a postura da Direcção-Geral da Associação Académica de Coimbra, que passou totalmente ao lado do "chumbo" que a sociedade civil deu às medidas de austeridade no passado dia 15. Como maior associação estudantil do país, a AAC tinha a obrigação de assumir o protagonismo na luta contra a austeridade que tem destruído o Ensino Superior público e gratuito, tal e qual como é defendido nos estatutos da instituição. Não é compreensível que a actual DG se limite a acções simbólicas pontuais, no que toca à sua política estudantil, e não adeque a sua actuação aos reais problemas sentidos pelos estudantes e aos movimentos sociais, como o que culminou com as manifestações deste fim-de-semana.

A AAC não mobilizou para a manifestação "Que se lixe a troika! Queremos as nossas vidas", não esteve presente e não se pronunciou sequer sobre o assunto. A pergunta que fazemos é, porquê? Como é que a sociedade civil entende o facto de a AAC criticar a austeridade e os cortes no ensino superior durante meses, e na hora da verdade passar ao lado de todo o processo contestatário? Manifestando uma total falta de solidariedade para com os diversos sectores da sociedade que se exprimiram contra as políticas da Troika, como poderá agora a DG-AAC aglutinar forças junto desses mesmo sectores e recolher apoios paras as causas e problemas específicos dos estudantes?